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Mostrando postagens de setembro, 2012

Ter por costume

Um batom qualquer coisa. Cabelo jogado meio sei lá. O perfume, não sei. Abraço frouxo. Beijo sem vontade. Sem ânimo. Já não encanta... E me olha com olhos acostumados.

Feito criança

Chora, esperneia, faz birra. Depois, satisfeita, sossega. Fica de dengo e de manha. Aquieta-se e quer chamego.

Alimenta-se

Sem leite nem pra pingar... Me devora com força e vontade, com a fome, com gula. Devora e não desperdiça. Introduz e consome. Degusta e engole. .. Avidamente ou com calma.

Aconteceu no fim de noite e no começo de um dia. Outra boca, outra língua, outra pele, outro corpo, outra forma de se movimentar, outro toque, outro sabor, outro cheiro... Era tudo outra coisa. Tudo diferente. O diferente intruso, mas o diferente bom. Meu corpo sente o outro e o abriga como se fosse um velho conhecido...

Açucarado

"Me passa o açúcar"; e diz assim com riso frouxo, de corpo mole e voz pouca. Te torna melífluo, te torna suave. Te torna meigo, te torna terno. Te torna um tanto doce... Todo dia faz diferente , só não se esquece do açúcar. Sempre mais açúcar e nunca azeda. Essa doçura que repara todo meu amargor. Desculpa se sou sal ao invés de açúcar, o vinho quando se quer suco de uva, se gosto da noite quando se tem medo da escuridão... Mas não se preocupa porque também sou afeto.

Coisas que ficam ou são colocadas... Deixa. Se acostuma. Guarda. Esconde.  Coisas colocadas e não se vão... Acomoda. Arrasta. Permanece. Demora.  Coisas que ficam sem permissão... Desaprova. Contradiz. Nega. Recusa.  Coisas... Qualquer coisa. Mas que coisas são essas? Coisa tudo, coisa nada.